Fotografia de Ana Baião e Expresso
Esta fotografia é o resumo do problema e um hino ao ridículo. O famoso título do filme, dos irmãos Coen, e do livro, de
Cormac McCarthy, Este país não é para
velhos, não se aplica a Portugal. Depois do abandono de Passos Coelho da
liderança do PSD, o lugar é disputado por gente da minha idade. Tanto Rui Rio
como Santana Lopes são já sessentões, com uma longa carreira política. Têm o
mérito da coragem. Disputam o lugar em tempos difíceis, onde a esquerda, apesar
dos enguiços dos últimos tempos, tem ainda na mão a vitória nas próximas
legislativas. Basta que a economia continue a correr como tem corrido até aqui
e não venha nova catástrofe que ponha a nu a fragilidade das instituições e do
país. No entanto, esse mérito não nos deve cegar.
O país – e quando falo de país, falo dos cidadãos, sejam de
direita, de esquerda ou de coisa nenhuma – precisa de ideias novas e não de ideias
recicladas. Precisa de gente que olhe a realidade tal como ela é e não de
candidatos fortemente formatados pelas práticas políticas habituais e pelas
regras correntes do jogo do poder. Ser novo não é garantia, mas representaria
uma promessa e uma expectativa. É verdade que, tanto no CDS como no BE, são
gerações mais novas que ocupam os lugares de direcção, mas esses partidos são minoritários.
Os grandes partidos precisam de gente nova. O PSD, talvez devido ao cálculo das
possibilidades dos jovens candidatos a falcões (um falcão que calcula tanto não
passa de uma pomba com pretensões a falcão), perdeu para já a oportunidade de
se renovar e e contribuir para a renovação política do país. Na verdade, também no PSD se pensa que este
país não é para novos.
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