Coimbra, Fado de Coimbra. Quais os grandes nomes?
Certamente, José Afonso e Adriano Correia de Oliveira, também Luís Goes ou
mesmo Luís Piçarra. Mas na arqueologia dessa canção encontramos gente como
Augusto Hilário, Edmundo Bettencourt e o grande António Menano, melhor, o
Dr. António Menano, ou o fado não fosse de Coimbra. Se o Fado de Lisboa
expressa a alma popular portuguesa e, de certa forma, a aristocrática, almas
muito mais próximas do que se pensa, o Fado de Coimbra é a expressão
intelectual e burguesa da alma pátria. Mas aqui surpreende-se uma alma burguesa
estranha à burguesia europeia, pois a saudade e o passado, mas não o futuro e a
sua dinâmica dissolvente e progressista, são os elementos ideológicos estruturais.
Uma burguesia fatalista, fixada no que foi e saudosa sabe-se lá do quê, explica
muito daquilo que ainda somos.
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