Myron Wood - Cat Sunning, 1966
Mesmo no lugar mais pobre, um gato está nele como se estivesse num trono. Os gatos são majestades distantes, e olham-nos umas vezes com bonomia, outras com desprezo. As mais das vezes, o seu olhar transborda de comiseração. E é esta comiseração que os inibe de exercerem sobre os humanos um despotismo contumaz. Dão aos homens espaço para que estes tratem, nem sempre da melhor maneira, da sua vida. Por vezes, cheios da gravitas que lhes é própria, concedem-nos uma graça, mas logo impõem aquela distância que anuncia um verdadeiro poder. Se Marcelo Rebelo de Sousa ou António Costa possuíssem metade da gravitas de um gato e se mantivessem um décimo da distância que este impõe, ainda haveria lugar para uma esperança redentora.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.