sábado, 27 de março de 2021

Alma Pátria 71: Mara Abrantes, Fecho a Janela


 

In illo tempore, a alma pátria deveria andar sempre cruelmente devastada. Não havia rua, viela ou beco onde um coração desfeito não sangrasse dolorosamente. Um rio de sangue motivado por amores desencontrados, desfeitos, atraiçoados, dir-se-ia, corria por Portugal de lés-a-lés. Mara Abrantes, uma brasileira chegada ao país em 1958, faz parte, sem qualquer favor, dessa alma pátria que era segregada pela rádio e, depois, pela televisão. O público gostava deste tipo de dramas amorosos com sabor a fado e, neste caso, temperados pela pronúncia, sempre agradável, do outro lado do Atlântico. A canção – um fado canção – foi editada em EP em 1970, tem por autores António José e Ferrer Trindade, cuja orquestra acompanha a cançonetista, como então se dizia.

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