Vicente Vela, ¡Desátame!, 1999 |
Começou o segundo mandato presidencial. Como marco desse
começo ficou o inédito silêncio do Presidente relativamente ao plano de
desconfinamento apresentado ontem. Marcelo Rebelo de Sousa vai agora mostrar o
que é. O primeiro mandato de qualquer Presidente é dirigido a captar votos no
território político adverso. No segundo, é a tentativa de fazer chegar ao poder
os seus. Para além das palavras de ocasião, a solidariedade com o governo
acabou ontem. Se o desconfinamento correr mal, o PR não terá nada a ver com
isso. A partir de agora vamos assistir, de uma forma mais clara, ao confronto
entre os talentos políticos de Marcelo e de Costa, não para resolver os
problemas do país, mas na utilização desses problemas e da sua eventual
resolução como arma política relativa ao poder. Costa para se manter, Marcelo
para apeá-lo, a não ser que a direita persista no descalabro em que se
encontra. Seja como for, a direita tem agora, claramente, um amigo em Belém.
Quando se diz que o PR vai ser mais exigente com o governo no segundo mandato,
isso significa que fará o possível para que, pelo menos, não seja reeleito nas
próximas legislativas. Acabou-se o casamento de conveniência. O PR desatou-se do governo. É a natureza das
coisas.
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