e não sabemos o que fazer
para o coração não resfriar.
Ainda há pássaros nas árvores
e as ruas são pântanos descoloridos na noite,
mas já não conseguimos escutar as nuvens
e os olhos fecham-se de cansaço.
Nenhum ocaso nos comove,
a nós que ao poente espreitámos,
na fímbria agreste da terra.
Os barcos zarparam
e levaram com eles a água
onde os meus olhos poisavam,
nos gélidos dias em que dos teus partiam.
Muito bom. Excelente começo. Não virei todos os dias, mas hei-de visitar este locus horrendus (até me agradam lugares destes no Romantismo) sempre que tiver algum tempo. Sei que valerá a pena tendo na memória os excelentes textos que publicou no A Ve o Mundo de saudosa memória.
ResponderEliminarAprecio particularmente o final do poema, vagamente alusivo, quiçá sem querer, a Senhora Partem Tão Tristes...bem, como se trata da inauguração não poderia faltar. Que o Senhor tenha piedade de si e de todos nós. Obrigada.
Muito obrigado. Foi espontâneo, no acto da escrita, mas apercebi-me de imediato dessa presença tutelar, e como não se devem afrontar os nossos maiores, ela lá ficou como homenagem.
ResponderEliminarFica por saber se me comovi quando li ou se reli porque me comovi.
ResponderEliminarUm abraço
Obrigado, pela leitura.
EliminarAbr.