A moral é uma invenção masculina. Pretende sujeitar a realidade – i.
e., a mulher – à norma. A mulher, porém, despreza a norma, e segue aquilo que
lhe dita o coração. A mulher segue a ética do sentimento, o seu é um ethos amoroso; o homem, em desespero de
causa, aplica a norma dos contratos, a distinção entre bem e mal, à tentativa
de reter, se interessado, a mulher. A moral é a forma como os homens
transformam o amor num contrato, e submetem a inconstância do coração à continuidade
da lei. Aos homens é difícil compreender que onde estiver o sentimento da mulher, é aí que está a sua lei. Uma lei sempre particular, o que não deixa de escandalizar a pobre razão.
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