Arnold Böcklin - A peste (1898)
O vendaval
que sobre a terra cai
e deixa um
perfume de coisa morta
traz um
silêncio de veludo,
passos de
lobo no frio da floresta.
Ó quaresma
sem fim, terra de sal,
quantas lágrimas
caíram pela face
e deixaram
sulcos de lava
na pálida
palidez da alma cansada?
Erguem-se as
mãos para os céus
e na cidade,
escombros,
animais
putrefactos, a velha epidemia,
homens como quadrilha
de ratos.
E se ainda
não tens a alma pequena,
deixa que a
volúpia desça
e faça desta
terra um jardim,
sonhos naufragados na água do mar.
Não sei se vamos a tempo e se ainda há alma e vale a pena.
ResponderEliminarAbraço
A ver vamos, como dizia o cego.
ResponderEliminarAbraço