Peeter Huys - El Infierno
Sonho uma
praia a anoitecer no outono,
o rumor das
vagas, o grasnar das gaivotas,
fogo e passos
perdidos no mar.
O vento
desenha silhuetas na areia
e na linha
de água, plásticos, madeiras,
a bóia perdida
de um barco abandonado.
Desço ao
inferno pela corda sonâmbula.
Anjos caídos,
grutas de fogo, uma caravela.
A mudez das
imagens, palavras soletradas,
um filme de
sangue a cintilar na noite.
Água de enxofre
a arder na praia sonhada
e um rosto
perdido no silêncio do coração.
Mergulho na
água a ferver e a terra treme,
as trevas
iluminam-se, a luz negra,
lençol de
pus sob a melancolia do céu.
Do canil,
soltam-se a raiva e o ódio. Uivam,
traçam pelas
rochas caminhos de sedição
e sentam-se
à espera que chegue a hora.
Ainda se Freud me ajudasse...
ResponderEliminarEu cá prefiro chamar-lhe pesadelo. Terrivelmente belo.
Abraço
Sim, um pesadelo. Obrigado, JRD.
EliminarAbraço