George Grosz - Metrópolis (1916-17)
O ruído que
cobre a paisagem de silêncios.
A neve que
se despenha de um céu em fogo.
Conto as
sílabas que fazem do terror palavras
e ergo
colinas de fumo no jardim do outono.
Uma espada
resplandecente desce sobre mim,
punhal de
seda que abre o negrume das ruas
e deixa ver
o sangue cristalino jorrar
das feridas
cobertas de pústulas e amargura.
Que fazer da
solidão que traz o inverno preso
no ventre
dilatado destes dias de cativeiro?
Que canção
cantar quando atravesso a cidade
e o deserto
abre as garras no meu coração?
Nem sitiada, nem invisível, a cidade é cada vez mais um rasgão que se esvai em silêncios e sofrimento.
ResponderEliminarDe novo terrivelmente belo, o poema.
Abraço
Muito obrigado, caro JRD.
EliminarAbraço