Umberto Boccioni - Decomposição dinâmica (1913)
Não é a decomposição que surpreende. Todos os sistemas, vivos ou não, acabam por se decompor e desaparecer. Nem sequer o mau cheiro exalado é motivo para espanto. O que espanta e dá que pensar é o dinamismo do processo, a velocidade com que tudo ocorre, como se uma força cega e surda se tivesse apoderado do modo de vida que foi o nosso e decidisse precipitá-lo para o negro abismo do passado.
De facto, parece já não presta, jaz vivo mas apodrece.
ResponderEliminarAbraço
Já não sei se jaz vivo ou se jaz morto.
ResponderEliminarAbraço
Negro abismo do 'passado'? Já nem isso sei.
ResponderEliminarAcho que isto é diferente do que foi no passado. Tem contornos diferentes. Em certa medida é pior porque no passado mal se sabia que podia ser melhor. Agora sabe-se, já lá estivemos. Isto agora é outra coisa: parece o reino do mal. Uma coisa má de mais para ser normal.
Como podem tantos deixar-se dominar por tão poucos? Por esta gente informe?
Será que vamos ser de brandos costumes até deixarmos de existir?
O problema é mesmo esse, o da "gente informe". Por não ter forma, ela é intocável. Desloca-se à velocidade da luz, que é a velocidade a que se desloca o dinheiro. As pessoas andam muito mais devagar. Não parece o reino do mal. É mesmo uma encarnação do reino do mal.
EliminarSim, ´´e o REino do Mal. Urge que cada vez mais pessoas, dessas que se deslocam devagar, tomem consciência disso e o combatam. O texto é tão bom que o levei, com o seu comentário...
ResponderEliminarMuito obrigado. O problema está mesmo no conflito entre lentidão e velocidade. Por norma, a vantagem é dos mais velozes. Falando à maneira do mito, diria que o bem é imóvel e o mal móvel, sempre cada vez mais móvel e veloz nessa mobilidade. Como combater a mobilidade com outra mobilidade, mas mais vagarosa?
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