Guillermo Pérez Villalta - O rumor do tempo (1984)
Uma longa hesitação, depois segue o caminho, lentamente, muito lentamente. Torna a parar. Olha para trás e sente uma enorme nostalgia do que vai deixar. E se retrocedesse? Não seria mais sensato? Interroga-se, uma e outra vez. Em cada casa, em cada varanda, em cada árvore há um reflexo de eternidade. Terei o direito de trazer o anjo da história? Melhor, e se o anjo da história for eu? Forças estranhas intimam-no para que avance, que essa é a sua natureza. Que não se preocupe com o que fica para trás. Ninguém nota, ele é apenas um leve fluir, um rumor de cinza. Ele hesita, porém. Passar, para quê? Não é eterno este casario branco, imóvel? Recusa-se a prosseguir e senta-se num banco de jardim. Não passará.
No Alentejo, para o Tempo, não é tempo de passar sem sofrimento.
ResponderEliminarUm aabraço
A mim parece-me que tempo e Alentejo não combinam. São duas realidades paralelas.
EliminarAbraço
O Alentejo é espaço...maravilhoso espaço.
ResponderEliminarSim, espaço puro que o tempo não contamina.
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