Oskar Kokoschka - Manhã e Tarde (1966)
2. Céu azul coberto
Um ponto côncavo e sonoro.
A chama ateada do passado
rumoreja se chega o verão,
uiva se perdida pela estrada.
Pela manhã desenha-se
a raiva que floresce no dia,
no céu azul coberto
A chama ateada do passado
rumoreja se chega o verão,
uiva se perdida pela estrada.
Pela manhã desenha-se
a raiva que floresce no dia,
no céu azul coberto
de aves e nuvens e astros.
E as horas correm sombrias,
presas ao vento da memória,
presas na água oferecida
à boca seca de tanto esperar.
[O Silêncio da Terra Sombria, 1993]
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