Afresco da Villa di Livia, Palazzo Massimo alle Terme, Roma (detalhe) |
O olhar perdido nestas ruínas busca,
Em desespero animal, o que a
vida
Deixou, no seu cansado e fugaz
passar.
A efémera violeta, a rosa branca,
A erva rala, o Verão já
devorado.
No fulgor das colinas, na oliveira
Por musgo maculada, crescem
pálidas
Anémonas, sombrias ervas de
Outono.
Onde está a viva chama, o
fatigado
Olhar logo descai, procura a
doce
E suave pena, a dor tanto lhe
dói.
Aqui riram infâncias, vozes
últimas,
Que ruíram fulminadas pelos
pássaros
De fogo no alumínio azul da
cal.
2007
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