Thomas Cole - Cruz ao entardecer (1848)
48. A penumbra que vem de outrora
A penumbra que vem de outrora
chega ao entardecer.
Reverberação de musgo e seda,
corpos imprecisos,
algum sonho jamais sonhado.
Há mais passados
do que aqueles que podemos suportar.
Na sua imperfeição, são uma cruz,
um horizonte de cinza e poeira,
a luz perdida no esquecimento.
ResponderEliminarBelíssimo.
Pensar temos um passado que não seja a penumbra, é viver na ilusão de que, assim, a luz é possível.
Abraço
Muito obrigado.
EliminarSoa tão bem. Apetece pensar que a penumbra é o ninho perfeito, o útero de que não temos recordação, o espaço impreciso das primeiras memórias, o princípio do nosso passado.
ResponderEliminarTalvez a penumbra seja aquilo que os alemães chamam heimat ou os franceses chez-soi, essa pátria primitiva ou esse lar primordial.
Eliminar