segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Um sintoma

Isidre Nonell Monturiol - Pobres esperando la sopa (1899)

A reconstrução das sociedades europeias à luz do modo de vida do século XIX não será tão fácil quanto o pensam os sacerdotes do culto liberal e os técnicos do FMI e do BCE. Aquilo que tem sido até aqui um exercício relativamente pacífico, apesar das escaramuças havidas, pode estar num ponto de viragem. Na Grécia parece estar a emergir uma onda de terrorismo, com vandalizações de sedes do PASOK, atentado contra a sede da Nova Democracia, bem como outros ataques a pessoas conotadas com a situação. A conduta absolutamente irresponsável da troika está a criar condições objectivas para que haja uma escalada de terror ou, como sublinha o jornalista grego Kostas Vaxevani: "A Grécia está no limite e é impossível as coisas continuarem como estão. Não podemos ter metade da população a procurar comida no lixo e a outra metade a não pagar impostos. Sem mudanças, vamos para a guerra civil". Eis o que dá o fanatismo que governa a Europa. É preciso encontrar pontos de equilíbrio e de justa medida, antes que seja demasiado tarde. Este é um exemplo que o governo português deveria acompanhar com atenção e perceber, pois nós somos mais parecidos com os gregos do que com os alemães (e mesmo estes, tiveram ainda há pouco um dos grupos terroristas mais sanguinários).

2 comentários:

  1. Rejeito liminarmente o extremismo. Não acho que os extremos (em politica) se toquem mas concordo que organizações como o extinto "Baader-Meinhof" ou a actual "Aurora dourada" não são recomendáveis.

    Abraço

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