Jean-Baptiste Armand Guillaumin - Paisagem de Outono (1876)
52. As Quatro Estações - Outono
Quando chegas, o encanto retorna,
o mistério de todas as coisas acorda,
estende os braços
para o chão marejado de folhas,
e toca ao de leve os céus
para que uma sombra de cinza
venha em forma de nuvem.
Nesses dias, estamos em casa
e o mundo ameno desenha,
entre a luz macilenta,
rosas silvestres em jardins delicados.
Tudo se apresta para o grande sono
e o sol declina entre árvores.
As alamedas abrem-se para nós,
aqueles a quem o destino deu
a melancolia meditativa,
e mostram-nos o caminho a percorrer.
Ecoa ainda o cântico das vindimas,
mas somos homens da cidade
e não sabemos contar os dias
pelo calendário que a terra nos deu.
Oiço um murmúrio ao longe
e entoo os primeiros salmos.
Sento-me no vestíbulo do Inverno,
deixo que um lento esquecimento
se abra sobre a memória
e, sonâmbulo, entro na noite que acorda.
Belíssimo poema.
ResponderEliminarDo ocaso do Verão à madrugada invernosa que se anuncia, é na noite outonal que, desperto, gosto de sonhar.
Daqui, com neve, desejo-lhe uma boa semana
Abraço
Muito obrigado.
EliminarUma boa estadia nessas paisagens nevadas.
Boa semana e abraço