terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Uma imensa burricada

Mateo Hernández - Asno

A Comissão Europeia confirmou uma coisa que quase toda a gente sabia. O benefício público com o ensino superior representa o triplo dos gastos. A educação superior não é um gasto, um desperdício, mas um verdadeiro investimento no bem das pessoas e no bem comum. É evidente que em Portugal temos outro ponto de vista. Investir em educação, em boa educação, é um desperdício, um luxo. Por isso, Portugal, juntamente com a Roménia, é o único país, mesmo entre os que estão em situação difícil, que está a cortar nesse sector. Percebe-se facilmente porquê. Há duas razões essenciais. A primeira está ligada à profunda convicção das nossas elites que a plebe não deve ser instruída. Não o dizem, mas pensam-no. Em segundo lugar, os principais dirigentes políticos sabem que o fundamental não é estudar, mas ganhar currículo nas juventudes partidárias No fundo têm razão. Com asnos por governantes, não se justifica que o povo não seja uma imensa burricada.

4 comentários:

  1. Salazar não investiu na Educação, Ceausescu sim. Ambos políticos asíninos deixaram heranças diferentes em matéria de instrução, mas, decorrido todo este tempo, as práticas actuais são semelhantes.

    Abraço

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  2. Elites? Será que ainda as temos? Penso ser essa uma das causas deste desnorte.
    O que nos resta é gente que entende, na sua magnifica clarividência, que a Educação se resume a cumprir um calendário e um currículo que me abstenho de classificar.
    E assim vamos embrutecendo.

    Sina, fatalismo, má sorte?
    A quem pedir responsabilidades, a quem?!

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    Respostas
    1. Sabemos muito bem a quem pedir responsabilidade - há toda uma lista de responsáveis conhecidos -, só que eles são inimputáveis. Só isso. Quanto às elites, elas são o que são. As nossas, de facto, são muito pouco elites, embora bastante elitistas e segregacionistas.

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