Se me pedissem uma canção para representar o espírito do
Festival RTP da canção, pelo menos daqueles anos que vão desde 1964 a 1974, eu
não teria qualquer dúvida de escolher esta. Contrariamente a muitas canções que
por lá passaram, tendo algumas ganho, esta não tem mensagem subliminar. É uma
coisa inócua e era isso que tanto a RTP como a Eurovisão pretendiam. O conteúdo
desejado era a ausência de conteúdo, uma coisa ritmada e bem disposta, de
preferência que falasse de amor, mas nada de grandes tensões amorosas. A
qualidade textual, e até musical, de muitas canções que apareceram no Festival
é apenas a prova da inexistência de um lugar natural onde elas pudessem ter a
sua vida. Ele e Ela é, de
facto, o espírito da coisa.
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