quinta-feira, 3 de setembro de 2020

Beatitudes (26) A eternidade

António Carneiro, sem título, 1916
Os longos dias em que era possível alguém sentar-se, sem que veloz o mundo viesse com os seus imperativos feitos de incómodos e pendências, e pegar num livro, deixar-se arrastar pelas areias movediças ou pelas águas turbulentas das suas páginas, ficar assim num tempo suspenso, eram não apenas uma antevisão da eternidade, mas já o seu gozo antecipado.

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