quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Um europeu


Este post de O Insurgente labora no maior dos equívocos. Não me refiro à profecia da fragmentação dos EUA devido ao declínio do predomínio dos descendentes de povos europeus sobre os de povos de outras origens étnicas. Refiro-me à ideia de Barack Obama ser um não-europeu. Se o que faz um europeu é a cor da pele e dos olhos ou a sonoridade do nome, então há muitos europeus que, habitando na Europa há centenas ou milhares de anos, não são europeus. Se há uma coisa que une a Europa, para lá dos devaneios rácicos, é uma cultura e um espírito, uma certa atitude perante o mundo. Há muito que a América não era governada por um espírito tão aristocrático e europeu. Ao pé do refinamento intelectual e da atitude de nobreza de Obama, muitos dos ex-presidentes americanos, daqueles que descendem de europeus, não passam de bárbaros, aos quais a Europa sempre encontra múltiplos motivos para desdenhar. A América elegeu, felizmente e por duas vezes, um verdadeiro príncipe, elegeu alguém que nenhum povo europeu, a começar por nós, desdenharia ter entre os seus cidadãos e entre os seus governantes. Obama é mais europeu que os Coelhos, Barrosos, Rajoys, Merkels, etc., etc. que saltitam por aí, afundando a pobre e fragmentada Europa, essa sim muito mais próxima da implosão do que os já pouco europeus EUA.

6 comentários:

  1. Assino por baixo, Jorge. Eu, que não gosto de presidentes, vejo neste homem um príncipe. A aristocracia é cosa mentale, raríssima no nosso relvado nacional.

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    1. Os nossos príncipes, Ivone, estão velhos ou mortos. Restam-nos contabilistas e a nova classe de marçanos que se apoderou do poder. Um verdadeiro golpe de estado.

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  2. Excelente! Um belo Post. Gostei de ler.
    Cordialidade,
    P.Rufino

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  3. Um poste de excelência.

    Por impedimentos vários não postei sobre estas eleições nos USA, mas peço licença para aqui deixar estes dois links, acerca das anteriores e de cujo conteúdo, apesar de alguma decepção, não me arrependo.

    Se tiver tempo e paciência:

    http://bonstemposhein-jrd.blogspot.pt/2008/11/o-primeiro-no-wasp_05.html

    http://bonstemposhein-jrd.blogspot.pt/2008/11/o-primeiro-no-wasp-ii.html

    Um abraço

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  4. A decepção sobre o desempenho de Obama é relativamente injusta. Na verdade, a arquitectura política dos EUA não permite grandes voos, embora permita grande delírios, como os de Bush filho e a guerra no Iraque. Julgo que Obama maximizou aquilo que podia. Há o caso de Guantanamo, mas mesmo aí é provável que ele tivesse limitações.

    Claro que vou ler os post.

    Abraço e bom domingo.

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