Michel Larionov - L'´Été (1912)
Os domingos de Verão junto ao mar são longos, como se trouxessem neles uma ameaça de eternidade, uma daquelas eternidades que caíam sobre nós na infância, e que ao crescermos logo deram lugar a um tempo maculado por uma velocidade crescente. Fecha-se os olhos e escuta-se o ir e vir das ondas, o vagar das coisas, um traço de nostalgia a rasgar a pele. O espírito descobre a irrealidade das suas preocupações, a futilidade das crenças que o atormentam, o inútil de todos os negócios do mundo. Inquebrantável, o oceano balança, vai e vem, e toda a verdade está nesse eterno retorno. A única convicção que me resta é a das ondas ocupadas a cumprir o calendário das marés. Nunca mais entardece.
...os imensamente extensos dias de verão...
ResponderEliminarclaro como o ir e vir das ondas,o seu texto.
Sim, de uma extensão sem fim...
EliminarNo vai e vem de cada Domingo a maré(-cheia) do desespero.
ResponderEliminarAbraço
Do desespero ou do cansaço, talvez da náusea, para dar um toque sartreano.
EliminarAbraço