Jorge Carreira Maia - Black & White Dreams (2014)
Ao cair da tarde, olhei pela janela e vi na escola aqui ao lado uma
tira de luz brilhante, uma luz solar que dizia tudo é possível, ainda. O ainda grita dentro de mim e eu olho para o
lado à procura da máquina fotográfica. Pego nela e viro-me. Tudo estava diferente. O ainda desaparecera na voragem do instante.
A luz, agora baça e triste, uma luz de domingo à tarde, mesclada de sombras,
transida de frio, negava a esperança de há pouco e sussurrava a
inutilidade e a impossibilidade de tudo. Ensimesmado, o Sol declinou,
escondeu-se para lá da serra e deixou que o tropel da noite poisasse diante
de mim. Para que serve escrever tudo isto? Para que serve escrever seja o que
for? Para quer serve?
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