Norman Parkinson, Margot Fonteyn; Sir Robert Murray Helpmann, 1951 |
- É só para isso que eu sirvo.
- O que estás a dizer?
- Isso mesmo. Só sirvo para isso.
- Falas por enigmas, agora.
- Não entendeste?
- Explica-te. Cansam-me os mistérios.
- Só sirvo para me pores o pé em cima.
- Não me faças, rir. Estás só a ser gentil.
- Posso estar, mas só sirvo para essas gentilezas.
- Não serves apenas para eu te espezinhar. És o meu
par, danças comigo.
- Sim, levanto-te e seguro-te, para que não caias.
- É essa a tua função, ou querias ver-me a rebolar
pelo chão diante do público.
- Não passo, para ti, de um carregador.
- O que querias mais?
- Sair daqui contigo, ir jantar e depois…
- E achas que sairia alguma vez com quem se veste dessa
maneira?
- Não sejas perversa. Faz parte do meu papel.
- Devias ter escolhido.
- Escolhido?
- Ou dançavas comigo ou saías comigo, e cala-te,
preciso de acabar o que estou a fazer.
...também me interrogo sobre o papel masculino, nos pares de dança, claro. :-)
ResponderEliminarPara os não iniciados, com eu, parecem ter um papel secundário, mas talvez não seja assim. Pelo menos em certos bailados.
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