Tanto sentimento aberto no peito,
promessa em
dia de vendaval,
faz-te
tremer as mãos,
se as poisas
delicadas sobre a mesa.
O teu lugar
não é neste jardim
onde tudo
secou às primeiras chuvas.
O rumor das bacantes
avança pelas estradas
e os olhos
seguem-no ávidos de ritmo.
Os bosques
esperam o sangue
desse corpo
que dança sob a neblina
e despido
cai entre folhas e musgos.
De tanto
sentir o coração cedeu
e a terra
extasiada arde de pavor
perante a
noite que sobre mim caiu.
O soneto imperfeito está perfeito, como sempre numa escrita que toca a alegoria e paira lá no assento etéreo que é a poesia. Muito bom.
ResponderEliminarMuitíssimo obrigado. Nem sempre se consegue chegar ao assento etéreo. A lei da gravidade atrai continuamente para baixo, para o que há de mais terrestre e físico, embora o assento etéreo também não seja metafísico.
ResponderEliminar