Aquilo que
de novo chega,
- a súbita
melodia do vento pelos ramos,
a folhagem
das tuas mãos vazias, -
chega sempre
tão tarde,
que a
esperança se desvanece
na distância
que nos separa dos céus.
Desconheço a
ordem da vida
e todas as rosas
são antecipações da morte,
prenúncios
de cinza que cantam a tua ausência.
Tão longe te
perdeste, casta Eurídice,
presa na
névoa impura do tempo;
tão longe ficou
a hora do amor silencioso,
das palavras
brancas de tanta dor.
Ergo-me e
volto aos dias de primavera,
mas os
campos estão sombrios
e o fardo
pesa-me sobre os ombros.
Esqueci
todas as regras do amor
e tomo a
desventura como destino
ao caminhar por
veredas de sombra e terra.
Desta vez teria de ser o Gluck a musicar este belíssimo e pungente poema, para ser possível um final feliz. Sinceramente, tem mesmo de começar a sério a pensar em publicar. DEixo-o com a Janet Baker em Orfeu...
ResponderEliminarhttp://www.youtube.com/watch?v=C1B85UQT4AY
Muito obrigado, Maria. Também pela Janet Baker. Quanto à publicação, não nos precipitemos.
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