Tudo é sombra
neste dia de sol inteiro.
Tudo é
vendaval na serena madrugada.
De que valem
as minhas preces
se a noite será
o fim da jornada?
As
ordenações da morte caíram sobre a pátria
e morreu o fulgor
na casa vazia.
Levaram a
saudade daquilo que adorei
e a memória
que foi minha um dia.
Qual o lugar
para quem ama a liberdade
ou para o
jardim onde morreu a tua flor?
Tudo se
extingue envolto em cansaço,
como se não
houvesse luz ou verdade,
e da pátria
apenas restasse a dor,
que cai
sobre o que amo ou faço.
Muito bom, este soneto (quase perfeito na métrica, mas... que importa o quase?)na senda da melhor poesia dos povos ibéricos. «Qual o lugar para quem ama a liberdade»? Talvez o único lugar seja ainda este, o da escrita, por enquanto, pelo menos. Carpe Diem.
ResponderEliminarEstes sonetos são mesmo desmetrificados, digamos assim. Propositadamente não estou a usar metro, mas verso livre. Se há versos que são mais heróicos, sáficos ou alexandrinos, isso não se deve a nenhum propósito, mas ao ritmo "espontâneo" da escrita. Tão pouco verifico se isso ocorre. Talvez lá mais para a frente, me apetece fazer uns sonetos usando metro. Muito obrigado, pelo generoso, mais uma vez, comentário.
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