(imagem dos vizcondes de Castellbó, protectores dos cátaros catalães)
Toda
a gente começa a perceber que somos, de facto, governados por radicais. O
radicalismo, seja ele qual for, é sempre uma espécie de catarismo. Apenas os
sectários estão na verdade, e a verdade que possuem é pura, santa e absoluta. O
que se assiste em Portugal é, de facto, a uma cruzada contra a classe média,
contra o papel do Estado na sociedade, contra o mundo do trabalho. Estamos
perante uma crença absurda na virtualidade absoluta do mercado, num país onde o
mercado nunca funcionou efectivamente, onde as pessoas foram socializadas
desconfiando dos mecanismos do mercado, o qual sempre lhes deu razões para essa
desconfiança. Este desprezo pela realidade, tão próprio de extremistas e
radicais, está a levantar problemas não apenas à esquerda, mas também nos
sectores cavaquistas, para não falar no FMI, como se percebe nos múltiplos
recados que a senhora Lagarde anda a deixar pelo mundo fora. Se o radicalismo
governamental e o catarismo político em exercício não são travados de alguma
forma, Portugal caminha rapidamente para uma deriva que nos pode conduzir a uma
violência desmedida. Extremismos apelam a extremismos. Cavaco e os cavaquistas têm toda a razão
para estarem preocupados.
Posso concordar com os comentários e a previsão das consequências .Todavia ,não é altura de julgar os portugueses que agora estão dependentes do cumprimento de compromissos que assinaram .Podemos criticar Merkel ou apreciar Lagarde ,mas o que não podemos é cortar a ligação financeira a que a nossa política persistente de 30 anos nos conduziu .A caminhada para o abismo é de nossa responsabilidade , a forma de ajuda é ditada por outros e não será mudando o ministro A ou B que as coisas irão mudar .Poderão é piorar ,mas estejamos atentos ao caso da Grécia .
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