Deste caos chega
uma canção.
Vem pálida sobre
o dorso da noite
e anuncia a dor
nos dias venturosos.
As primeiras
letras não foram soletradas,
e já o tempo
das palavras acabou.
A efémera
paisagem cedeu o lugar:
um rio de cinza
na fonte do desejo,
o medo avança
ao cantar.
É tempo de
escutares a minha prece.
É tempo de entoar
o teu nome.
É tempo de
cantares a minha canção.
Não tornarei
a colher flores no jardim,
nem as mãos
se levantarão aos céus.
Um rumor
indica o vento a nascer,
e no meu
coração não há sangue
que o
inverno leve para o teu.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.