Oscar Dominguez - El cazador (1933)
O pobre
caçador rosna sentado no chão,
enquanto a
chuva tirita nas vidraças
e o fogo
alumia a lareira de crepúsculos,
promessas
vazias vindas de longe,
o desejo
despedaçado entreaberto no coração.
Noite, o
sopro das tuas mãos sibila em mim.
Em cada
passo farejo a presa e oiço,
silencioso e
mudo, o troar dos cascos:
Vestida de
branco, vem a estrela da morte,
um cortejo
de crisântemos e anémonas.
O pássaro de
cristal voa sob a água da noite
e o caçador
prepara a espingarda.
Cidades
suspensas, casas vazias, ruas em sangue.
Deslizo pelo
sino da meia-noite
e espero
exausto a melancolia da manhã.
Belíssimo!
ResponderEliminarMuito obrigado, Maria.
EliminarUm belo poema.
ResponderEliminarApenas recuso a ideia de que o caçador pode estar a preparar-se para fazer "má" pontaria...
Um abraço
Mas acontece, por vezes.
EliminarAbraço