Pablo Picasso - Pareja de pobres (1903)
Eis um título enganador: Portugal tem beneficiado "elites económicas" e arrisca-se a ser um dos países mais desiguais. O engano está no termo "arrisca-se". Quando se fala de risco estamos a referir que alguém, tendo intenção de fazer uma coisa, corre o risco de fazer acontecer outra. O que se passa em Portugal não é isso. Os portugueses escolheram um governo cuja política tinha e tem como objectivo central empobrecer a população e aumentar drasticamente as desigualdades. Este empobrecimento não é um dano colateral. A austeridade não pretende diminuir o défice público, conforme pensam algumas almas ingénuas que dão ouvidos ao governo, mas tornar-nos irremediavelmente mais pobres e mais desiguais. O governo está a ter um tremendo sucesso.
É evidente que o risco é uma treta. O eleitor, por ignorância, falta de coragem ou simples indigência intelectual, convenceu-se de que aquilo de que necessita não é estímulo ou esperança, mas castigo e penitência. E vota e vota e vota… sempre no(s) mesmo(s).
ResponderEliminarLogo, o sucesso do(s) governo(s) está sempre garantido.
Abraço
Falta ainda uma espécie de eleitor, o masoquista. Vota naquela gente porque gosta de sofrer.
EliminarAbraço
Hoje estou ainda mais furiosa com aqueles estupores. Como é possível tanta vigarice, tanta manipulação, tanta sacanice, tanta malvadez? E a oposição o que é que anda a fazer? Que raiva.
ResponderEliminarEu acho que é a educação católica das pessoas que as leva a estar sempre predispostas para aceitarem a punição (seja pelo que for, seja de que forma for). Por isso, qualquer vigarista que lhes apareça a dizer, com bons modos, que tem muita pena mas que tem que ser, as pessoas põem-se logo a jeito.
Que fúria!
Talvez seja a educação católica, talvez seja uma certa predisposição existente que levou as pessoas a aceitarem, no plano social, uma educação que transpirava a resignação por todos os poros. As pessoas adoram pôr-se a jeito...
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