quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Póquer na Síria

Felix Vallotton - Poker (1902)

O senador norte-americano John McCain, antigo candidato republicano à Presidência, foi apanhado a jogar póquer no telemóvel,  enquanto os representantes do governo de Barack Obama explicavam ao Senado as razões para um ataque à Síria. McCain é favorável à intervenção militar. Poder-se-ia dizer que a vida e a morte de milhares de pessoas está na mão de dirigentes políticos que, quando se discutem problemas tão graves como os da guerra, se entretêm com o seu iPhone. E acrescentar-se-ia, não sem fundamento, que a vida dos outros pouco incomoda os políticos. Isso, porém, seria ler mal o acto de McCain. Na verdade, o póquer, enquanto jogo de azar, simboliza bem a aventura em que Obama e os norte-americanos se querem meter. O póquer de Mccain não é um acto de distracção pessoal, mas o símbolo do que os americanos se preparam para fazer na Síria, como o fizerem em muitos outros lados de má memória. A criação de uma nova e terrível mesa de póquer. 

4 comentários:

  1. McCain, que já foi apontado como um grande especialista em segurança, dado que pilotou aviões de guerra, apesar de nada saber de temas militares. Sabe, quanto muito, como bombardear as pessoas de uma altura de dez mil metros, como fez no Vietnam.
    Além disso não passa de uma espécie de Bush reciclado. Um ignorante que joga póquer enquanto os Democratas do nosso descontentamento, jogam ao "Burro"(que são...)

    http://bonstemposhein-jrd.blogspot.pt/2008/07/politica-externa-do-candidato-mccain.html

    Abraço

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Os europeus esperam dos Democratas americanos aquilo que eles não podem nem querem dar. Em primeiro lugar eles são americanos e, tal como os republicanos, cheios de puritanismo, mesmo que seja um puritanismo mais de esquerda. Enfim.

      Não me lembrava dessa do McCain. Geografia e História são piores para os americanos do que a matemática para nós.

      Abraço

      Eliminar
  2. Estou mt dividida com esta questão síria. Jorge. Por um lado, temo a intervenção, a desgraça imediata e o caos futuro, qual novo Iraque. Por outro, é tanto o sofrimento por lá que também me custa não ver esse fim. Há pouco li algo interessante e que provavelmente corroboro: e se deixássemos - tivéssemos diexado - os judeus morrer ainda mais sob Hitler? Quer dizer, saber que há sofrimento "ao lado" e não intervir também é muito complicado. Isto do ponto de vista moral. Quanto aos interesses, há-os de todo o lado...

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. O que me parece claro é que uma intervenção americana não vai pôr fim a nada. Pelo contrário. Assad não é flor que se cheire, mas a oposição não é melhor. Quanto aos interesses, os dos fabricantes de armas norte-americanos são demasiado poderosos e a indústria só se desenvolve se as armas forem utilizadas.

      Eliminar

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.