Odilon Redon - Desnudo, begonia y cabezas (1912)
26. o alvo
de que boca bebo a água que mata
e me rouba as palavras
que tenho para dizer
não há inocência nesses lábios
nem muro onde se oculte a voz –
sombria a natureza que te coube
erva queimada pela geada
sem casa ou bosque que te acolha
nem a flecha escura do desejo
de ti fará cobiçado alvo
e me rouba as palavras
que tenho para dizer
não há inocência nesses lábios
nem muro onde se oculte a voz –
sombria a natureza que te coube
erva queimada pela geada
sem casa ou bosque que te acolha
nem a flecha escura do desejo
de ti fará cobiçado alvo
(averomundo, 2010/01/24)
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