Juan Barjola - Ecce homo (1986)
Foi através do Público que cheguei a esta página do Facebook, Jesus Daily. A
página tem milhões de seguidores e acumula likes como nenhuma outra. Se se perder algum tempo a ver as
fotografias que pretendem representar Cristo, descobre-se o que resta do
cristianismo e de Cristo neste tipo de manifestações. Uma moral vagamente consoladora
das misérias humanas e um Cristo ao nível do terapeuta familiar. Embora este
tipo de "religiosidade" seja uma marca das seitas protestantes, o
próprio catolicismo, talvez devido à concorrência, alberga muitos impulsos no
mesmo sentido. Entre o Cristo que oferece o sacrifício, o seu próprio, como
modelo para um caminho de transformação e emancipação, e o Cristo dos milhões
de likes nada há em comum.
O cristianismo nunca pretendeu ser uma terapia de adaptação ao mundo, pelo
contrário. Se os responsáveis das Igrejas cristãs, nomeadamente da Católica e
das Ortodoxas, pensarem que tamanha profusão de comentários e de likes é o sinal de uma
revivescência dos ideais cristãos, de uma aspiração ao retorno a uma sociedade
dirigida pela inspiração crística, estão bem enganados. Estes fenómenos são o
sintoma de uma decadência que já nada esconde. (averomundo, 2011/09/07)
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