Alexander Mikhailovich - Composição n.º 99 (1920)
Um texto de 2007 para os dias que correm.
Ter um pensamento profundo é não ter pensamento algum. Agarramo-nos à
sensatez da razão, mas isso é apenas a máscara do nosso desespero, a recusa da
vertigem, a negação do saber que reside no fundo de cada um, bem junto aos
intestinos: sob o frágil tabuado da razão está um poço sem fundo. É nesse poço
que, nos pesadelos nocturnos, sentimos que estamos a cair, a cair por toda a
eternidade. Como nos sonhos, também acordados nos certificamos que esse fundo
sem fundo é apenas a sombra de um sonho. Não é. (averomundo, 2007/10/10)
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.