Leonard Freed, Waiting at the airport, Amsterdam, 1964
A Solidão dos Aeroportos. Este poderia ser o título de um romance sobre o drama do sujeito perdido de viagem em viagem. O mundo inteiro à sua disposição, mas ele espera sentado que chegue a hora do embarque. A sua vida torna-se então uma colecção de esperas em todos os aeroportos do mundo. A única coisa que o viajante retém é o estar sentado, a fazer horas para uma ligação que o há-de levar a outro lugar, para aí esperar de novo. Assim enriquece o passaporte e desenvolve toda uma geografia, fundada na observação e em misteriosos critérios classificativos. Com o passar dos anos consegue mesmo elevar-se das taxionomias à formulação de conjecturas. Dias há que tenta refutar as teorias que forma. A suprema sabedoria, porém, descobriu-a ele talvez demasiado tarde. Sentar-se solitário e esperar que o seu avião parta sem ele. Então levanta-se e volta para a casa.
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