A decisão de François Hollande e do novo governo francês de baixar os salários dos cargos políticos em 30% pode gerar equívocos inúteis num país miserável, o nosso, dado à cultura da inveja. A decisão de Hollande pode fazer todo o sentido em França, mas querer que ela seja aplicada em Portugal, como logo se levantaram inúmeras vozes sempre prontas para o justicialismo, não faz sentido. Os salários do Presidente da República, do primeiro-ministro e dos ministros são, de facto, muito baixos para as responsabilidades que têm. Haverá por aí boa gente que, no mundo empresarial, ganhará mais e com uma responsabilidade infinitamente mais pequena. É bom que não se faça demagogia e não se incentive ainda mais a inveja. Mesmo num país em dificuldades, com um salário mínimo miserável e 20% de desempregados, os salários dos governantes portugueses são baixos. E, como é notório, estou muito longe de morrer de amores por quem nos governa ou tem governado. O problema não é os salários e ajudas de custo que auferem, mas as políticas que executam. Isso, todavia, é da responsabilidade dos portugueses que os elegeram.
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