Adolphe-William Bouguereau - Entardecer
58. Chega o entardecer envolto nas sombras
Chega o entardecer envolto nas sombras,
e o que resta de luz escorre-te entre os dedos,
promessa silenciosa de um novo ardor,
armadilha que a noite estende ao viajante.
Ao declinar do sol, as tuas palavras fecham-se,
silenciosos sedimentos e terra de aluvião,
pequenas preces que te dançam nos lábios
e escorrem lentamente no murmúrio da alma.
Eis o teu corpo que se veste de crepúsculos
e deixa na minha boca o rasto de um animal,
a razão trémula e presa na névoa,
a tarde que te envolve e descai pelos ombros.
O mar adormece entre ondas e gaivotas
e no sussuro escarpado das rochas
sonho o leito onde a tua solidão repousa,
presa na vibração das asas com que te desejo.
Eis o teu corpo que se veste de crepúsculos
e deixa na minha boca o rasto de um animal,
a razão trémula e presa na névoa,
a tarde que te envolve e descai pelos ombros.
O mar adormece entre ondas e gaivotas
e no sussuro escarpado das rochas
sonho o leito onde a tua solidão repousa,
presa na vibração das asas com que te desejo.
Na fímbria da noite, a poesia aguarda o leito da sedução.
ResponderEliminarUm abraço
Talvez a poesia seja só isso, um aguardar pelo leito da sedução.
EliminarBoa semana.
Abraço