Anónimo pré-histórico - Arqueiro correndo (Abrigo del Garroso. Alacón)
59. Velho arqueiro perdido na corrida
Velho arqueiro perdido na corrida,
a presa resguardou-se na floresta
e olha-te escondida entre a giesta,
espera a morte pálida e ferida.
Cruel arqueiro que sabes tu da dor
que tão certeira seta derramou?
Sussurra-me a canção que ela entoou
ao entregar a vida sem fulgor.
Do que foste não resta já memória,
apenas velhos traços na parede,
uma súbita sombra que rasteja.
E apenas nisso está toda a tua glória,
frémito que da vida mostra a sede,
destino que assim faz que em ti me veja.
Um soneto que é uma alegoria dolorosamente bela, que emociona quem a lê e julga compreendê-la.
ResponderEliminarUm abraço
Obrigado, JRD.
EliminarAbraço