Joaquín Mir - Crepúsculo
Os dias já declinam, mas a luz ainda é uma mancha que cobre a cidade,
ateia incêndios nos telhados, faz resplandecer o verd’oiro das árvores. As
gentes regressam a casa, abandonam a fadiga que o dia traz, escondem-se nas
cavernas onde só as sombras reinam. De caverna em caverna, eis o destino que
nos coube. A luz, se nos ilumina, logo fenece, para se entregar aos deuses da
noite. No horizonte, manchas de sangue pontuam algumas nuvens. Caminho pela
cidade na esperança do silêncio, mas os gritos invadem a tarde como se, no
crepúsculo que se adivinha, chorassem o dia já entregue nos braços da morte. (averomundo: a prosa dos dias, 2007-10-17)
De repetição em repetição, noite após dia após noite.
ResponderEliminarUm abraço
É a condição humana. Abraço
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