Albert Rafols Casamada - Mayo (1978)
1. Maio
Suspenso na claridade, Maio é uma aurora,
a rasura férvida ateada nos campos
a manhã ainda fria a rasgar
a cidade presa ao porão da primavera.
Leves, leves, pássaros poisam pelas ruas,
e um corvo descreve na curva carbonizada
um presságio ardente, a luz no fundo das trevas.
Sobre as ruas, relâmpagos sonolentos
cobertos de sede e sangue e silêncio.
Maio rumoreja e rumina a madrugada.
(Rumores
de Maio, 1977)
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