Gilles Aillaud - Deserto (1986)
Segundo um estudo publicado recentemente, a Terra aproxima-se a passos largos de uma nova extinção em massa. Perante notícias destas, a primeira tentação é de as enquadrar numa longa e persistente tradição apocalíptica, que insiste em anunciar o fim do mundo. O facto desta anunciação vir pela mão de cientistas, e não de profetas ou de filósofos, não altera em nada o carácter do fenómeno. Esta primeira tentação, todavia, é suplantada por uma outra que surge em forma de pergunta. Não será a humanidade uma doença da vida? Não será o Homem um tumor maligno cujas metástases infectam todo o planeta, corroendo a vida, fazendo-a degenerar e inclinando-a para a dissolução? Se a resposta a esta hipótese for afirmativa, o corolário que se segue só pode ser que todas as doenças que nos afectam não são outra senão a reacção dos sistemas imunitários do planeta para debelar tão poderosa degeneração.
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