Em 1958, o existencialismo penetrava no espírito da pátria. Não, não
foi numa faculdade de filosofia, mas na canção popular. Jerónimo Bragança e
Nóbrega e Sousa compõem, Maria de Fátima Bravo canta Vocês Sabem Lá. Claro que é um existencialismo fundado na saudade,
mas esse é o toque nacional, um existencialismo mais bucólico e mais dado à melancolia.
De resto, está lá tudo. Desde o Dasein heideggariano e
o seu ser-para-a-morte, até ao absurdo de Camus, passando pela náusea de
Sartre. Se Maria de Fátima Bravo fosse francesa talvez rivalizasse com a Juliette Greco na rive gauche... Aqui deve ter andado
pelos festivais da canção ou pelos programas da Emissora Nacional e do Rádio
Clube Português.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.