Este é um post quase
falhado. Não sei qual a data do Fado dos Saltimbancos, nem encontrei a capa do
disco onde, pela primeira vez, João Ferreira-Rosa o grava. Fica, porém, uma
imagem de um Portugal praticamente morto. Um Portugal monárquico,
tradicionalista e amante de toiros a que a excelente voz de João Ferreira-Rosa dava uma aura que já fenecera. A Revolução do 25 de Abril e a entrada para
a CEE liquidaram-no, mas as pessoas da minha geração ainda o conheceram muito
bem. Ah, não se pense que sou inimigo de touradas. Não sou, embora não seja um
aficionado e esteja convicto que têm os dias contados. Não é impunemente que se
nasce no Ribatejo, perto da Golegã e da Chamusca, de toda a linha do Tejo onde
a tradição taurina era bem forte. Seja como for, esta é uma parte da alma
pátria em transformação acelerada. Continua, porém, a haver saltimbancos, aqueles
rapazes, moços forcados, que, gratuitamente, teimam em pegar um touro de caras.
E pegar um touro de caras, seja que tipo de touro for, real ou metafórico, não
é para toda a gente.
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