Renuncio ao
sepulcro do teu corpo
– As
vísceras, rumor fatal, a fermentar
Na humidade
da pedra pela morte lavrada –
E salto para
a vida com a pele a arder,
Para o olhar
das mulheres que me amaram.
O meu corpo
não é um corpo,
Mas terra de
aluvião. Haverá vinhedos,
Pomares,
searas de veludo e um rio de ervas.
Ervas
frescas ao sol do estio, ervas azedas:
Comê-las-emos
nos dias de penúria.
Abandono aos
mortos a quietude da morte,
Deixo-lhes a
escuridão por destino.
O silêncio
da noite uiva sobre mim
E descubro,
nas entranhas do cordeiro,
O açoite do
lobo a cantar na madrugada.
Lindíssimo. A história, afinal, acabou mesmo bem e este seu ciclo acabou em perfeição.
ResponderEliminarParabéns, que não era tarefa fácil.
Bom domingo de Páscoa.
Muito obrigado. Um bom domingo de Páscoa.
ResponderEliminar