Jorge Carreira Maia - Eolo, Pedras Salgadas (2014/08/19)
É preciso saber não só de onde sopra o vento mas também como sopra. E esta sabedoria serve para quê? Serve para que se saiba adaptar à força daquilo que é adverso, tirando da adversidade as vantagens que pareciam não estar nela inscritas. Estou a falar destes primeiros 100 dias de governação do Syriza, na Grécia. Perante a pressão monolítica da União Europeia (ver, por exemplo, aqui), a Grécia precisava de alguém no governo com uma outra sabedoria existencial para saber adaptar-se aos ventos dominantes. Adaptar-se aos ventos dominantes não significa fazer aquilo que o governo português fez: começar a soprar contra os portugueses, pensando que, ao soprar, também fazia parte do vento dominante. Significa que se é suficientemente flexível para se dobrar de forma a que o vento não o leve à frente e destrua (refiro-me ao programa sufragado pelos eleitores gregos) aquilo que está em jogo. Para isso era preciso uma maturidade existencial que os principais dirigentes gregos não deram provas de a possuir. Demasiado erráticos e pouco silenciosos. É pena, pois a razão está do lado deles. Correm o risco de uma grande humilhação.
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