quinta-feira, 21 de maio de 2015

A caixa de Pandora


Um grande sarilho. É extraordinária a capacidade militar do auto-proclamado Estado Islâmico da Iraque e do Levante. Seria uma injustiça histórica considerá-lo apenas do ponto de vista do conjunto de acções bárbaras que praticam nos territórios que conquistam. A grandeza da malvadez e a barbaridade com que actuam contra pessoas e bens históricos é directamente proporcional ao valor militar que têm demonstrado em combate. Depois das grandes campanhas de 2014, o ISIS (ou DAESH) parecia ter estagnado no seu avanço. Esta semana, contudo, puseram em fuga, em Ramadi e em Palmira, o exército iraquiano e o exército sírio, respectivamente. As aventuras ocidentais, lideradas pelos americanos, abriram a caixa de Pandora, da qual saem todos os males inimagináveis por ocidentais habituados à tranquilidade do consumo. Com horror, estamos a descobrir que parece não haver ninguém com força suficiente para tornar a fechar a maldita caixa. Os americanos, responsáveis primeiros pelo estado a que o médio-oriente chegou, assobiam para o lado e os europeus há muito que, se excluirmos a liberalização da pobreza, não servem para nada. Estamos metidos num lindo sarilho. Não acreditamos, mas estamos.

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