Georges Braque - The Emigrant (1912)
A Europa está doente, mais do que se pensa. Não é apenas a questão financeira. É o espírito que se está a disseminar relativamente aos imigrantes, nos países que os acolhem. Se a França, com o peso da Frente Nacional, já nos tinha habituado a um discurso xenófobo, a Inglaterra, nos dias que correm, é uma novidade. Parece haver um limite indefinido para que uma comunidade tenha capacidade de aceitar o estrangeiro. Este espírito do tempo que cresce em múltiplos países da União é o sintoma de quão ilusório é o projecto europeu. Às primeiras dificuldades, a retórica chauvinista reaparece e a turba-multa esganiça-se contra o estrangeiro, mesmo que proveniente da União. Mesmo este nunca é visto como um europeu mas apenas como um estranho que invade o território. Não foi por acaso que os europeus, ufanos da sua civilização, no século passado, deram origem a duas guerras mundiais detonadas pelo fervor nacionalista.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.