John Ruskin - A River in the Highlands (1847)
53. São tempos de
multidões alucinadas
São tempos de
multidões alucinadas,
a melancolia
das horas desavindas,
um resto de
alegria na distância.
Suporto o
peso do mundo sobre os ombros
e vejo os
barcos deslizar no rio.
Vão lentos e
impassíveis no fulgor da água,
música sanguínea
na guelra do silêncio,
o tempo quebrado
pelo uivo do caçador.
Perdi-me no
espelho da natureza
e nada sei
de declínios e renascimentos,
dos
escombros de uma sombra,
o segredo de
um vulto ao anoitecer.
Sou filho de
um deus imponderável,
de uma razão
que ninguém escuta.
Vivo de
pequenos animais cansados,
presos na
traição de uma armadilha.
Eis o tempo
transfigurado pela cólera,
a hora de
uma harmonia discorde,
enleada no
tronco da velha árvore,
que o tempo
esqueceu de apagar.
Tudo tem um
destino provisório.
As avenidas
que ferem a cidade,
o perfume da
pele que me arrebatava,
a rosa
abandonada do teu coração.
Muito belo.
ResponderEliminarA liturgia de um tempo que sangra e necessita(va) de ficar prenhe de novos tempos.
Um abraço
Muito obrigado, caro JRD.
EliminarAbraço