Max Beckmann - A noite
55. Chegou a noite e o seu cortejo de estropiados
Chegou a noite e o seu cortejo de estropiados.
Chegaram os dançarinos da morte.
Chegou o veludo negro dos céus.
Um cântico ressoa numa praça longínqua
e a lua esconde-se no passar de uma nuvem.
Tempo de sombras e laranjas amargas,
horas onde o coração se entrega à dúvida.
A casa abandonada, os vidros partidos
e a grande cascata do desconsolo
aberta pela lâmina feroz do punhal de vidro.
As frias pétalas caem pelo chão
e as ruas são iluminuras perdidas no tempo,
lugares onde uma campânula se abre
para o silencioso segredo rasgado
pelo uivo do mundo ao entardecer.
Como a noite medieval e cruel, pode mesmo assim ter beleza, nas palavras do Poeta.
ResponderEliminarAbraço
Obrigado.
EliminarBom fim-de-semana.
Abraço